Começou o Big Brother Brasil e as reclamações sobre o programa. Eu não entendo a revolta com o reality show, visto que cada um dos que vejo reclamar – e os que não vejo encaixam-se também – tem uma opção simples e fácil: trocar de canal. Só para esclarecer, eu não assisto BBB, não gosto. Ponto. Mas não fico fazendo propaganda contra. Quando começa, eu simplesmente troco de canal. Durante a semana, vi nas redes sociais inúmeras pregações contra o programa, igual ao que acontece o ano todo com a Globo, e aposto que vai ser assim até o final. Só para constar, eu assisto a Globo. Assisto novela, às vezes, gosto de assistir Jornal Nacional, e domingo seguidamente vejo o Fantástico. Me condenem.
Mas antes de me chamarem de alienada ou de Globalete, como sou chamada em casa, digo que também assisto outros canais, outros noticiários, programas de entretenimento, mas friso que não é para me justificar por ter assistido a Globo, é porque as pessoas variam. Simples assim. As pessoas têm essa capacidade e não podemos subestimá-las, considerando-as burras, inaptas ou alienadas só por assistirem a Globo ou BBB. A Globo tem problemas, óbvio, ela é parcial, o que não deveria ser em muitos momentos, mas é. Ela cria um mundo no qual só o que importa é o que ela mostra. Mas as pessoas também são assim. As pessoas, em geral, seguem conforme seu mundo, o que não quer dizer que não devemos ter contato com elas, é uma questão de adaptação. Se nada der certo, nenhuma afinidade for identificada, rompem-se os laços.
Esta semana acessei uma rede social e várias pessoas falavam mal do Lasier Martins que, embora um dos mais odiados do Estado, é muito assistido e o que diz é levado em consideração e suas palavras disseminadas. A lógica que vejo é a de que quanto mais odiadas as instituições e pessoas, mais elas estão na boca do povo. Os discursos que tentam afastar as televisões e pessoas são os mesmos que os reforçam, e digo isso pois eu me incluo no exemplo. Cada vez que alguém falar sobre algo que eu não sei, se me interessar, eu vou pesquisar para ver do que se trata, e o imbecil, como muitas vezes os odiados são chamados, vai ter um telespectador ou ouvinte a mais.
Todos os canais têm problemas, mas não sejamos tão pessimistas com a vida. Todas as emissoras exploram uma linha de atuação que vem de cima e que rege todas as ações da empresa e o que temos que saber é selecionar o que vemos e levamos adiante, no boca a boca ou nas ferramentas de comunicação que utilizamos, porque no final das contas, tudo que assistimos na televisão são versões. Ver televisão é uma arte, não das mais fáceis, mas as pessoas têm, sim, condições de fazer essa seleção. Já olhei BBB, e não foi uma ou duas vezes. Me condenem de novo, mas acredito que nem por isso virei uma ameba.
Concordo com a campanha “na hora do BBB, pegue um livro para ler”, ou, então, troque de canal, meu amigo. Só isso. Mas essa é só a minha opinião.
(publicado em http://www.claudemirpereira.com.br)
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